sexta-feira, 18 de abril de 2008

MOLUSCOS

Os moluscos são animais de corpo mole, viscoso, não segmentado, sem apêndices articulados, triblásticos, com uma cavidade geral (celoma), simetria bilateral, dividindo em três partes: cabeça, pe e massa visceral. Geralmente apresentam uma concha calcarea.

Sistema tegumentário - esses animais possuem epitélio simples, às vezes ciliado e muito rico em células glandulares, cujas secreções torna o tegumento úmido e mole. À parte do tegumento que recobre a massa visceral forma uma dobra, chamada manto ou pallium, que secreta a concha. Chama-se cavidade pateleal ao espaço compreendido entre o manto e a superfície do corpo (nessa cavidade se aloja o aparelho respiratório dos moluscos).
A concha consiste em uma camada orgânica externa (periostraca); uma camada media (primastica) constituída por cristais prismaticos de Araguaia e uma camada interna (nacarada), lisa e brilhante, conhecida como madrepérola.
A concha pode ser univalve, quando formada por uma só peça (caramujos e caracis), e bivalve, quando formada por duas peças, que se adaptavam e articulam (ostras e mariscos).
Sistema respiratório - a respiração pode ser: cutânea, branquial e pulmonar. As bransquias estão alojadas na cavidade paleal. A respiração pulmonar ocorre em gastrópodes terrestres (caracóis); os pulmões são constituídos por um sistema de vasos sanguíneas muito ramificados que se separam no teto da cavidade pateleal a há uma comunicação com o exterior através de um orifício chamado pneumostoma.
Os pelecípodes são animais filtradores. A água cirdante que penetra na cavidade do manto carrega as partículas úteis são ingeridas pela boca.
Sistema digestorio - e do tipo completo e compreende: boca, faringe, esôfago, estomago, intestino e anus. Na parte basal da faringe musculosa há uma lamina quitnosa denominada radula, portadora de dentículos, dirigidos para trás e próprios para ralar os alimentos. E um órgão exclusivo dos moluscos e ausente na classe Pelecipodes. Tem como glândulas anexas, o fígado e as glândulas salivares.

Sistema circulatório - é do tipo laculanar. O coração tem posição dorsal, aparece no interior de uma cavidade pericárdica e recebe o sangue proveniente dos órgãos respiratórios por intermédio de veias. Pode ter um ou dois átrios e um ventrículo, de onde o sangue e distribuídos aos tecidos. O sistema circulatório, apesar do desenvolvimento de artérias, veias e capilares, e sempre aberto, comunicando-se com lacunas sanguíneas, situadas em vários órgãos.
Sistema excretor - a excreção é feita por irns (nefrideos modifcados), que retiram os excretos da cavidade periférica e eliminam na cavidade pateleal, de onde passam para o exterior.
Sistema nervoso - é do tipo ganglionar, existindo três pares de gânglios nervosos: cerebroides, pediais e viscerais, os quais coordenam, respectivamente, as funções: sensórias, locomotora e vegetativa.
Os órgãos sensoriais são: estatocistos (equilíbrio), células tácteis, quimior receptoras e os olhos, muito desenvolvidos nos cefalóides.
Reprodução - nos moluscos há casos de hermafroditismo, mas geralmente são de sexos separados. Nos hermafroditas ocorre fecundação cruzada, como nos caracóis e caramujos que ao copularem, se estimulam mutuamente enterrando um no outro o “dardo do amor”. Alem disso, possui uma gônada hermafrodita, a ovotestis. Essa glândula pode produzir espermatozóide e óvulos.
A copulação e recíproca; o pênis de cada caracol penetra na vagina do outro conjugante, transferido o esper matozoide. O desenvolvimento dos ovos é direto.

Localização - vivem nos mais variados ambientes. Há espécies em terra úmida: caracóis, lesmas; marinhos, fixos em rochas, como ostras e mariscos; livres, no fundo sobre a areia, caramujos, que possuem espécies de água doce e de água salgada; de natação ativa: lulas e polvos. São facilmente encontrados nas praias, em rios e lagos ou no ambiente terrestre.

VOCÊ SABIA
A espessura e a forma das conchas dos moluscos estão relacionadas com a adaptação com o ambiente em que elas vivem. Os caracóis possuem uma concha fina, que não prejudica sua locomoção em ambiente terrestre. O caramujo tem uma concha mais espessa, capaz de resistir ao choque das ondas. Os pelecípodes apresentam conchas achatadas de duas valvas, prendendo-se as rochas e resistindo a força da água. Os polvos e as lulas não possuem conchas externas e isso permite uma locomoção ágil por propulção com jatos de água.

ALGUNS MOLUSCOS

Características Gerais: O corpo dos moluscos é dividido em três regiões: Cabeça, pé e massa visceral.
Na cabeça estão localizadas a boca e estruturas sensoriais como os olhos e tentáculos. O pé é musculoso e responsável pela locomoção do animal.
Em alguns animais, como os polvos e as lulas, o pé modificou-se em tentáculos que são utilizados na locomoção e captura de alimentos. Na massa visceral concentram-se todos os órgãos do corpo animal.
Existe nos moluscos uma dobra da parede do corpo que o recobre quase inteiro: o manto. É ele que produz a concha.
A maioria dos moluscos é herbívora, isto é, alimenta-se de vegetais.

TIPOS DE MOLUSCOS

Gastrópodes - os gastrópodes são animais que podem ser reconhecidos tais como: os caracóis, lesmas e caramujos são alguns representantes deste grupo.
Esses animais são encontrados em ambientes terrestres úmidos, na água doce e no mar. Possuem uma única concha espiralada, mas existem alguns representantes deste grupo que não possuem concha.
Reprodução - a reprodução dos gastrópodes é sexuada. Existem espécies hermafroditas e espécies com os sexos separados. No caso da reprodução dos hermafroditos, os indivíduos se unem e trocam espermatozóides. Quando se separam, a fecundação ocorre em cada indivíduo. Em espécies com sexos separados, ocorre a união com transferência de espermatozóides para o corpo da fêmea, onde ocorre a fecundação. Os ovos formados são envoltos por membrana protetora e depositados em locais protegidos.

Bivalves - os indivíduos desse grupo têm o corpo protegido por uma concha com duas valvas: (bi: dois: valva=valvas) características que deu origem ao nome do grupo. Os mariscos, mexilhões, ostras e péctem são exemplos de bivalves. Todos são aquáticos. Existem espécies hermafroditas, mas a maior parte dos bivalves tem sexos separados. O desenvolvimento é indireto.

Cefalópodes - o nome do grupo está relacionado com sua característica mais marcante que é a modificação dos pés em tentáculos, os quais partem da cabeça!
(cefalo=cabeça; pode=pé). Os polvos possuem oito tentáculos, e as lulas
dez.

Todos os cefalópodes têm sexos separados. O desenvolvimento é direto.
Os moluscos e a saúde humana:
Os moluscos interferem na saúde humana porque muitos deles são usados como alimentos.
Às vezes muitos deles são contaminados pela água do mar, e podem representar grande risco para a saúde humana, causando muitas intoxicações nos alimentos além de doenças.
Produção das Pérolas
Muitos moluscos têm grande aplicação econômica. Entre eles estão os bivalves que têm capacidade de produzir pérolas. A produção da pérola é iniciada quando uma partícula estranha que é como um grão de areia penetra na concha.

ANELÍDEOS

Vulgarmente chamam-se anelídeos (Annelida - do latim annelus, pequeno anel + ida, sufixo plural) aos vermes segmentados - com o corpo formado por "anéis" - do filo Annelida como a minhoca e a sanguessuga. Existem mais de 15.000 espécies destes animais em praticamente todos os ecossistemas, terrestres, marinhos e de água doce. Encontram-se anelídeos com tamanhos desde menos de um milímetro até mais de 3 metros.
Os anelídeos são vermes de corpo dividido em anéis alongado, são encontrados em ambientes terrestre, marinhos e dulcícola.
Os seus anéis também são chamados de segmentos ou metâmeros (do grego meta, sucessão; metros, parte). Nos anelídeos a metameria = isto é, a divisão do corpo em metâmeros = apresenta - se tanto externa como internamente, uma vez que cada anel abriga diversos órgãos individualizados, como nervos, estruturas musculares e unidades excretoras.
As minhocas, as sanguessugas e as nereidas são exemplos de anelídeos.
Características gerais dos anelídeos
Os anelideos possuem simetria bilateral, são triblásticos e celomados. A cavidade celômica possui um líquido que atua como veículo de transporte de nutrientes, gases e resíduos do metabolismo entre o sistema cardiovascular e as do organismo.
O corpo dos anelídeos é revestido por um tecido epitelial simples, que secreta uma cutícula delicada, protegendo o organismo contra a desidratação. A parede do corpo contém uma musculatura bem desenvolvida e capaz de permetir o movimento do animal.
Muitos anelídeos são dotados de cerdas quitinosas, estruturas existentes na parede do corpo e que, expandindo - se e retraindo - se, conferem, respectivamente, aspecto liso e áspero ao animal. Esses movimentos das cerdas, associados à ação muscular e nervosa, participam do mecanismo locomotor.
A maioria dos anelídos tem respiração cutânea, isto é, as trocas gasosas entre o organismo e o ambiente são efetuadas através da pele. Mas alguns representantes aquáticos respiram através de brânquias, filamentos delicados, dotados de vasos sanguíneos que, por difusão, retiram gás oxigênio dissolvido na água.
Nos anelídeos surge o sistema cardiovascular, ou circulatório, pela primeira vez na escala evolutiva dos animais. O sangue desloca - se por um sistema fechado de vasos e contém pigmentos respiratórios dissolvidos no plasma.
Então os anelídeos possuem sistema digestório completo, com boca e ânus. A excreção é realizada por estruturas denominadas nefrídeos, que eliminam as excretas através de poros que se abrem na superfície do corpo.
Classificação dos Anelídeos
Determinam - se as classes em que os anelídeos se dividem de acordo com a presença ou não de cerdas. Esses animais são classificados em Oligoquetas, Poliquetas Aquetas.
Oligoquetas = Oli - poucas, Quetas - cerdas. Eles são representados pelas minhocas ( Lumbricus terrestris ) e pelo minhocoçu ( Glossoscolex giganteus ) elas vivem em ambientes terrestres, tem fecundação externa e desenvolvimento direto, sem a produção de larvas. A minhoca é um ótimo adubo, quer dizer a fez dela, a minhoca é de abito noturno, então ela vai cavando a terra e em quanto ela vai cavando ela vai emgolindo terra, que depois será digerida e saira na terra como adubo. A minhoca tem o Humo que é um ótimo adubo, graças a esse Humo muito pessoas faz a criação de minhocas que se chama: minhoca cultura, no próprio Estádio Olímpico do Grêmio os que trabalham na manutenção do campo, colocam minhoca no campo para uma boa drenagem. Nas minhocas, existe o pigmento respiratório que é representado pela Hemoglobina, molécula de natureza protéica e portadora de ferro em sua estrutura.

Poliquetas = Poli - muitas, Quetas - cerdas. Seus representantes são o palolo ( Eunice viridis ) e a nereida ( Nereis sp), eles são animais marinhos, podem viver livremente enterrados na areia ou no interior de tubos de calcários que secretam. Os poliquetas de vida livre são errantes e predadores, com cabeça que exibe órgãos sensoriais representados por olhos e tentáculos. Em cada anel, esses animais possuem um par de apêndices denominados parapódios, que são associados à locomoção, pois é aí que se inserem numerosas cerdas. Os poliquetas são dióicos, com fecundação externa e desenvolvimento indireto, em que a larva é ciliada e denominada trocófora.
Aquetas = A - sem, Quetas - cerdas. Eles podem ser também chamados de hirudíneos, seus representantes são as sanguessugas, vermes terrestres ou aquáticas, monóicas e com desenvolvimento direto. As sanguessugas podem ser predadores de pequenos invertebrados ou parasitas. As espécies parasitas fixam - se no hospedeiro através de ventosas, então por meio de pequenos dentes, "raspam" a pele da vítima, provocando hemorragia e sugando o sangue liberado. São capazes de ingerir um volume de sangue correspondente a várias vezes os seus próprios pesos. E no passado, as sanguessugas (Hirudo medicinalis) foram muito usadas para provocar sangrias em pessoas com pressão alta.
Reprodução das Minhocas.
As minhocas são animais hermafroditos, ou seja, um mesmo indivíduo apresenta o sistema reprodutor masculino e o feminino.
Na época da reprodução, duas minhocas unem – se, colocando em contato suas regiões anteriores, pois nelas abrem – se os poros genitais, o masculino abre – se posteriormente ao clitelo e o feminino abre – se no clitelo.
As minhocas trocam espermatozóides e a seguir se separam. O clitelo produz um casulo onde a minhoca eliminará seus óvulos. Nesse casulo são lançados os espermatozóides, recebidos durante a cópula. Ocorre a fecundação, formando vários ovos. O casulo, contendo embriões em desenvolvimento, é encaminhado para a região anterior por ação da musculatura do corpo das minhocas e liberado no solo.
No solo nascem minhocas jovens sem estágio larval, o que caracteriza o desenvolvimento direto.
O corpo
O aparelho digestivo apresenta morfologia variada, conforme os hábitos alimentares. O aparelho circulatório é basicamente formado por um vaso longitudinal dorsal, sobre o tubo digestivo, e por dois vasos longitudinais ventrais, um deles situado sob o tubo digestivo e outro sob o cordão nervoso. A respiração ocorre, em alguns, em redes capilares nas paredes do corpo (minhocas); em outros, através de contrações musculares, e a troca gasosa ocorre nas paredes do intestino terminal. O aparelho excretor é formado por uma série de tubos, com uma extremidade aberta para o exterior e a outra, para o celoma.
O padrão do sistema nervoso é o mesmo em todos os anelídeos e os órgãos dos sentidos refletem o tipo de vida que leva o animal: são mais desenvolvidos em alguns (sanguessugas e poliquetos) e menos em outros, como as minhocas, que têm vida subterrânea. Os poliquetos, na maioria dos casos, têm sexos separados, enquanto o demais anelídeo é hermafrodita. Salvo raríssimas exceções, a fecundação dos poliquetos é externa. Os gametas são descarregados na água, onde ocorre a fecundação. Nos anelídeos hermafroditos, ocorre a cópula e troca de espermatozóides entre os parceiros. A fecundação, todavia, se dá posteriormente, quando os espermatozóides recebidos pelo animal e armazenados em receptáculos seminais fecundam seus óvulos.

Fonte: http: //amora.cap.ufrgs.br/test/svivos/anelideos/in

OS NEMATÓIDES

Os nematóides são vermes de corpo aproximadamente cilíndrico, geralmente esguios e alongados, afilando-se de modo gradual ou abrupto nas extremidades anterior e posterior. Há importantes exceções, em que as fêmeas tornam-se "obesas", com forma aberrante, lembrando um limão, u'a maçã, um rim ou apresentando outra conformação. O tamanho é muito variável. Os nematóides que vivem no solo e nas águas, ditos de vida livre (comedores de algas, fungos, bactérias), bem como os que se especializaram em parasitar as plantas, ocorrendo principalmente associados às raízes destas, medem de 0,3 a 3,0 mm de comprimento; os que se especializaram no parasitismo de animais, vertebrados ou invertebrados, podem medir desde 0,3 mm até vários centímetros (cerca de 15, como na lombriga intestinal do homem, Ascaris lumbricoides), havendo alguns que chegam a atingir metros (até 8, como por exemplo Placentonema gigantissima, parasito da baleia de espermacete).
Vivem em quaisquer ambientes/ecossistemas onde exista água, sendo no geral sensíveis a fortes estresses hídricos. Algumas espécies, no entanto, desenvolveram a habilidade de suportar ambientes com baixa umidade por meses ou anos, como o interior de sementes de plantas mantidas armazenadas. Ocorrem na água salgada, na água doce, no vinagre, no solo, em órgãos vegetais (raízes, tubérculos, caule, folhas, sementes) e tecidos de diferentes tipos de animais. Temperaturas muito baixas ou excessivamente altas também podem afetá-los negativamente, causando-lhes redução na atividade e/ou morte.
Causam doenças ao homem e aos animais domésticos ?
Sim. Há várias espécies que parasitam o homem, especialmente órgãos do aparelho digestivo, sendo algumas das mais cohecidas a já citada lombriga do intestino - Ascaris lumbricoides - que pode causar fraqueza e irritações alérgicas aos doentes nas infecções mais severas, Ancylostoma duodenalis e Necator americanus, responsáveis pelo conhecido "amarelão", Enterobius vermicularis, agente da oxiúrose infantil, Strongyloides stercoralis e outras; Wuchereria bancrofti, parasito do sistema linfático, causa a temida elefantíase e Dracunculus medinensis é a famosa "serpente de fogo", mencionada em passagens bíblicas, tratando-se de parasito sub-cutâneo (da perna, principalmente). Da mesma forma, há muitas espécies que podem causar sérios problemas aos animais domésticos de interesse comercial, como eqüinos, bovinos, caprinos, ovinos e suínos, além das aves. A necessidade de tratamento constante dos animais doentes ou de adoção de medidas preventivas de combate a esses vermes, acaba, com freqüência, onerando os custos de produção e reduzindo os lucros do produtor zootécnico.

Para a Agricultura causam danos às plantas e também perdas econômicas ?
Sim. Há vários gêneros incluindo um total de algumas dezenas de espécies consideradas parasitos importantes de plantas cultivadas em todo o mundo. Além dessas, muitas outras espécies são capazes de parasitar plantas, mas sem causar danos relevantes e/ou perdas significativas. Os grupos mais importantes (como os gêneros Meloidogyne, Heterodera, Globodera, Pratylenchus, Radopholus, Rotylenchulus, Nacobbus, Tylenchulus e outros) congregam espécies portadoras de um estilete bucal característico, que possibilita a injeção de substâncias tóxicas no interior de células vegetais e a posterior ingestão de meio líquido nutritivo produzido por elas; parasitam principalmente os órgãos subterrâneos, em especial as raízes, nas quais podem incitar o aparecimento de más formações, a exemplo de engrossamentos típicos como as galhas (induzidas mais comumente por fêmeas de Meloidogyne) ou áreas de tecido desorganizado, já morto, de tonalidade pardo-escura ou negra evidenciando necrose extensiva; também pode ocorrer necrose em tubérculos ou túberas e em fruto hipógeo, como no caso do amendoim.
Os sintomas diretos causados nos sistemas radiculares concorrem com freqüência à manifestação subseqüente de sintomas indiretos ou reflexos na parte aérea das plantas, decorrentes principalmente de maiores dificuldades na tomada e no transporte de água e nutrientes disponíveis no solo pela planta. Além disso, muitas vezes os nematóides constituem-se em fortes drenos metabólicos, espoliando fotoassimilados e utilizando-os para o seu desenvolvimento e reprodução, o que contribui para reduzir, de modo apreciável, a energia para o crescimento da planta. Os ataques costumam ocorrer em áreas mais definidas dentro da cultura, chamadas de manchas ou reboleiras nas quais se observam plantas menos crescidas, de tamanho irregular, muitas vezes amarelecidas (cloróticas), que pouco produzem. Para evidenciar bem a redução no desenvolvimento e na produção das plantas devida aos nematóides, o usual é tratar-se uma parte da cultura, que está com problema nematológico, com produtos químicos adequados, que controlam o nematóide, e manter-se outra sem tratamento algum. Outros sintomas reflexos, mais específicos, podem ocorrer, como a murcha das folhas nas horas mais quentes do dia, o que se observa em fumo, por exemplo, e o tombamento, típico de bananeiras infectadas pelo nematóide chamado cavernícola, Radopholus similis.
As perdas agrícolas devidas a nematóides podem variar muito, dependendo da espécie de nematóide e da cultura hospedeira envolvidas na associação, das condições de solo e clima do país ou da região geográfica onde se localize a área infestada, do tipo de manejo adotado pelo produtor rural, do valor comercial do produto agrícola na época e de outros fatores. Mas, há estimativas de perdas apresentadas por especialistas para certos casos, como o do nematóide das plantas cítricas (laranjeiras e limoeiros), Tylenchulus semipenetrans, que se supõe causar ao redor de 12% de redução da produção mundial, a cada ano. No Brasil, as perdas variam, também segundo estimativas, de 5 a 35%, em média, para os diferentes tipos de culturas (anuais, semi-perenes e perenes), sendo impossível cultivar economicamente certas plantas em áreas infestadas sem que rigorosas e sistemáticas medidas de controle venham a ser implementadas; é o caso de cenoura em área infestada por espécies do gênero Meloidogyne, de algodão em glebas infestadas por Rotylenchulus reniformis e de tantos outros.
Nematóide: o inimigo invisível da agricultura
Carlos E. de M. Otoboni Engenheiro Agrônomo formado pela Unesp (Jaboticabal) e professor da Faef (Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal de Garça). Os nematóides são vermes que parasitam o homem, os animais e as plantas. Nas plantas, são vermes microscópicos, caracterizados pela presença de uma estrutura chamados estilete, com o qual sugam o conteúdo das células vegetais e injetam toxinas nas plantas. Assim, são chamados de fitonematóides Informativo Garcafé, maio de 1998 Parasita predominantemente as raízes das plantas e são considerados como uma das mais importantes moléstias de muitas culturas, causando danos desde a queda sensível de produção até a morte das plantas.
São exemplos: o Nematóide de Cisto da Soja (Heterodera glycines); o Nematóide Cavernícola (Radophulus similis) em banana e plantas ornamentais; o Nematóide Reniforme (Rotylenchulus reniformis) em algodão e maracujá; o Nematóide dos Citros (Tylenchulus semipenetrans); Pratylenchus spp. e Meloidogyne spp. que afetam diversas culturas, incluindo o cafeeiro, com suas diferentes espécies. No caso específico da cafeicultura, os nematóides, principalmente Meloidogyne spp. causaram, e vem causando "verdadeiros estragos", inviabilizando o sistema de produção em áreas infestadas.Como dito anteriormente, os nematóides afetam as raízes das plantas, destruindo-as. Em analogia, pode-se dizer que eles destroem a "boca" da planta, impedindo que os insumos agrícolas (fertilizantes, fungicidas e inseticidas) aplicados no solo e na água, sejam assimilados. Portanto, muito dinheiro se perde quando a devida atenção não é dada aos nematóides e ao manejo dos insumos no cafeeiro e outras culturas. Algumas vezes chega-se até a acreditar que os insumos agrícolas aplicados no solo foram ineficientes, mas na verdade, o sistema radicular das plantas, destruído pelos nematóides, foi a grande causa da ineficiência dos insumos aplicados. No cafeeiro, os nematóides mais danosos são Meloidogyne spp. (Nematóide das Galhas) e Pratylenchus spp. (Nematóide das Lesões Radiculares). Para Meloidogyne spp. têm-se cinco espécies principais em ordem: M. coffeicola, M. paranaensis, M. incognita, M. goeldii e M. exigua. Para Pratylenchus tem-se P. coffea como o mais importante.Os sintomas observados no cafeeiro, devido ao ataque por nematóides, se confundem com os sintomas de outras causas, pois leva a planta à deficiência nutricional, permitindo o ataque severo de pragas e doenças que têm sua ação facilitada devido ao fato da planta estar debilitada. Como sintomas mais característicos nas plantas podemos relacionar a presença de galhas nas raízes, raízes necrosadas, constatação de pouco enraizamento das plantas, plantas enfezadas ou com pouco desenvolvimento. Na lavoura, a existência de reboleiras com plantas de porte reduzido, plantas de diferentes tamanhos num mesmo talhão, aparecimento de doenças exóticas ou oportunistas e evidenciamento da produção bianual do cafeeiro. É importante também saber que a disseminação dos nematóides é por tudo aquilo que carrega solo e/ou raízes contaminadas de um local para o outro, como as mudas, as máquinas, os implementos, etc., que pode ser evitado com medidas simples de exclusão dessas formas de disseminação. Laboratório de nematologia — Para uma boa recomendação de manejo e/ou controle dos nematóides é necessário que se respondam três questões básicas sobre eles, que são: Onde estão? Quem são? Quantos são?Essa respostas somente podem ser obtidas através de análise nematológicas feitas em laboratórios especializados.Sendo assim, a Faef (Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal de Garça), para atender à necessidade desse serviço para Garça e Região, equipou um laboratório em suas instalações para a execução de análises nematológicas. Esse laboratório está em funcionamento desde 1997 e é composto por um especialista da área e estagiários do curso de Agronomia, treinados, que executam as análises nematológicas de amostras enviadas pelos produtores, emitindo laudos que comprovam ou não a infestação de áreas por nematóides, quantificando-os e identificando-os em nível de gênero e espécie a um custo que cobre apenas os gastos operacionais. Pesquisas, com ênfase no manejo e controle de populações de nematóides, também já começaram a ser desenvolvidas e os resultados brevemente serão apresentados à comunidade.Coleta de amostra para análise nematológica — De certa forma, é um procedimento fácil de ser executado, mas tem algumas características importantes que devem ser conhecidas para uma boa amostragem, pois ela influenciará diretamente o exame final. solo e raízes devem ser acondicionados obrigatoriamente em sacos plásticos e com umidade natural. As amostras nunca devem chegar secas ao laboratório. As amostras devem ser enviadas o mais rápido possível para o laboratório, mas caso isso não seja possível, podem ser mantidas na geladeira por um período de até um mês.As amostras devem representar bem a área proveniente, portanto ela deve ser formada por sub-amostras distribuídas aleatoriamente.Na identificação de espécies de Meloidogyne é necessário o envio de raízes que apresentem galhas viáveis do nematóide. Em áreas destinadas para o plantio de café, plantas daninhas como a corda-de-viola, caruru, a beldroega, entre outras, são hospedeiras de Meloidogyne spp. Portanto, devem ser coletadas na amostragem. Em áreas que o histórico mostra que já tenham sido ocupadas por esta cultura, é muito provável que os nematóides estejam presentes. Para melhor orientação na amostragem procure o engenheiro agrônomo de sua confiança ou então o nosso laboratório (Faef).
Entre as doenças que afetam a produtividade de fruteiras de clima temperado, aquelas causadas por nematóides assumem grande importância em virtude dos sérios prejuízos causados à planta e, indiretamente, ao produtor, pela redução dos lucros. Os nematóides fitoparasitas prejudicam as plantas pela ação nociva sobre o sistema radicular que, por sua vez, afeta a absorção e a translocação de nutrientes, alterando a fisiologia da planta. Esses organismos também podem predispor a planta a doenças e a estresses ambientais ou atuarem como transmissores de outros patógenos.
Doenças causadas por nematóides
Entre fruteiras de caroço, a maioria dos trabalhos associados com fitonematóides foi realizada com a cultura do pessegueiro. Já foram relatadas mais de 30 espécies de nematóides fitoparasitas em pessegueiro, destacando-se como mais importantes Meloidogyne spp., Mesocriconema spp., Xiphinema spp. e Pratylenchus spp. Esses nematóides podem reduzir o vigor e a produção do pomar e, ocasionalmente, em conjunto com outros fatores, causar a morte da planta.
Nematóides-das-galhas
Distribuição geográfica - Os fitonematóides desse gênero têm sido relatados, freqüentemente, causando danos econômicos em fruteiras de caroço nas mais variadas regiões do mundo. As principais espécies prejudiciais ao pessegueiro são: M. javanica, M. incoginta, M. arenaria e M. hapla. Em levantamentos realizados em pomares de pessegueiro do Rio Grande do Sul, as espécies detectadas e associadas com maior freqüência ao sistema radicular das plantas, foram M. javanica e M. incoginta.
Sintomatologia - Visualmente pode ser observada a presença de engrossamento (galhas) nas raízes do pessegueiro atacado. As plantas afetadas apresentam sinais de enfraquecimento, baixa produção, desfolhamento precoce e declínio prematuro, podendo ocorrer, ocasionalmente, a morte da planta, sendo os sintomas potencializados sob condições de seca.
Ciclo de vida e epidemiologia - As espécies de Meloidogyne que atacam o pessegueiro inicialmente penetram na raiz, na fase infectiva - juvenil de segundo estágio(J2). Posteriormente, os machos adultos abandonam o sistema radicular, e, as fêmeas, permanecem no interior das raízes, como endoparasitas sedentárias, até o final do seu ciclo de vida, induzindo a formação de galhas. O ciclo de vida do nematóide das galhas é de aproximadamente quatro semanas, podendo prolongar-se sob condições de temperatura mais favoráveis. Temperaturas inferiores a 20oC ou superiores a 35oC e condições de seca ou de encharcamento do solo afetam o desenvolvimento e a sobrevivência do nematóide. Geralmente, o pessegueiro sofre mais danos, pelo nematóide, em solos arenosos do que em solos de textura mais fina.Controle - A produção de mudas em viveiro deve ser realizada em locais isento de nematóides, uma vez que plantas contaminadas são importantes agentes de disseminação desse patógeno e de outras doenças, podendo comprometer a sanidade do pomar futuramente. Para produção de mudas em viveiro, é importante que se envie, anteriormente ao plantio, uma amostra de raízes e de solo do local para um laboratório especializado, visando à determinação da presença e identificação de possíveis nematóides fitoparasitas. O plantio de mudas certificadas, isentas de Meloidogyne spp é a medida de controle mais importante. No caso de detecção de nematóides prejudiciais ao pessegueiro, deve-se proceder à rotação de culturas na área infestada por, no mínimo, dois anos consecutivos. Entretanto, um ano antes do estabelecimento do pomar, recomenda-se amostragem do local para análise nematológica. A utilização de porta-enxertos resistentes ou tolerantes é uma alternativa barata que pode ser adotada pelo agricultor quando detectada a presença do nematóide no local de plantio.
Nematóide-anelhado
Distribuição Geográfica e Ocorrência - Os nematóides anelados são comumente disseminados e associados a muitas plantas hospedeiras. Mesocroconema xenoplax e M. curvata são os principais fitonematóides deste grupo que afetam as fruteiras de caroço e a amendoeira. Estes nematóides são amplamente distribuídos, tendo sido detectados na América do Norte, Europa, África, Ásia e América do Sul. Altas populações de M. xenoplax são freqüentemente encontradas em pomares de pessegueiro, afetando as plantas. No Brasil, a ocorrência de M. xenoplax, associada à morte-precoce-do pessegueiro, vem do Estado de São Paulo. No Rio Grande do Sul, essa espécie está amplamente distribuída nos pomares de pessegueiro. Estudos realizados no início da década de 90, na região sul do Rio Grande do Sul, demonstraram a correlação positiva entre populações desse nematóide e os sintomas de morte precoce em pessegueiro. Ciclo de vida e EpidemiologiaM. xenoplax, alimenta-se das raízes da planta, como um ectoparasita, em todas as fases de sua vida, induzindo alterações celulares nos sítios de alimentação. O nematóide anelado pode permanecer no mesmo local parasitado da raiz, por até oito dias. A duração do ciclo de vida varia de quatro a oito semanas, dependendo da temperatura, da umidade, do pH, do tipo de solo e da planta hospedeira. Sob temperatura de 24oC, o ciclo de vida é de 30 dias. Entretanto, as populações desse nematóide também se reproduzem no inverno, quando a temperatura do solo varia entre 7ºC e 13oC.Danos e Sintomatologia - M. xenoplax é o nematóide mais amplamente disseminado na região produtora de pêssego do Rio Grande do Sul. O parasitismo de raízes de pessegueiro por este organismo pode causar destruição, atrofiamento e morte das raízes, interferindo, conseqüentemente, na dormência e capacidade da planta em suportar estresses. Estudos sobre a avaliação de níveis populacionais críticos deste nematóide no solo mostraram que populações iguais ou superiores a 1000 nematóides/100 cm3 de solo causaram sintomas de morte. Porém, em pomares bem conduzidos, onde os sintomas de morte foram constatados, foram observadas populações duas a três vezes maiores, evidenciando que os tipos de práticas culturais e nutrição de plantas adotadas influenciaram na manifestação da síndrome.ControleAs primeiras medidas de controle estão relacionadas à produção ou à aquisição de mudas livres de nematóides parasitas e ao plantio em áreas isentas dos patógenos. Na implantação de viveiros ou instalação de pomares, é importante a realização de análise nematológica do solo para a identificação das espécies incidentes. Caso seja detectada a presença de nematóides prejudiciais à cultura no local de instalação do viveiro, recomenda-se, a substituição da área, ou o emprego de rotação de cultura com espécies não hospedeiras, por um período mínimo de dois anos ou, ainda, a desinfecção do solo com produto fumigante, em pré-plantio.Da mesma forma, em caso de detecção da presença de M. xenoplax no local onde serão instalados novos pomares, é importante conhecer o nível populacional do mesmo. Trabalhos realizados nos Estados Unidos mostraram que o limiar de dano econômico para a cultura é de 50 M. xenoplax/100 cm3 de solo. Mantendo-se as populações do nematóide abaixo desse nível, a longevidade dos pessegueiros e a manutenção da produtividade podem ser assegurados. As estratégias utilizadas para o controle baseiam-se, principalmente, no uso de rotação de culturas e no plantio de pessegueiro sobre porta-enxertos tolerantes (Tabela 26), visto que até o momento não existem cultivares resistentes a essa espécie de nematóide. O controle químico mediante o uso de nematicidas, é anti-econômico e pouco efetivo. Em excesso, esses produtos são extremamente tóxicos ao homem e ao meio ambiente. Até o momento, não se dispõe de nematicidas registrados para a cultura do pessegueiro no Brasil. Isto se deve, principalmente, ao pouco interesse das empresas pela cultura. Em países como os Estados Unidos, o controle químico de nematóides é feito com os nematicidas 1,3-dicloropropene, liberado somente para aplicação em pré-plantio, e Fenamifós, para uso em pós-plantio. Porém, os custos elevados das aplicações têm desestimulado a utilização dos referidos produtos.As cultivares Nemaguard, Lovell e Flordaguard, apesar de permitirem a reprodução de M. xenoplax, são tolerantes às altas populações do nematóide presentes no campo. Entretanto, deve-se considerar que `Lovell´ é altamente suscetível a Meloidogyne spp. e 'Nemaguard' apresenta problemas de adaptação em solos arenosos. Por sua vez, 'Flordaguard' reúne várias características favoráveis, como resistência ao nematóide-das-galhas, pouca exigência em frio e tolerância ao cultivo em solos arenosos.Além de controlar o nematóide, deve-se efetuar algumas práticas culturais que são fundamentais para reduzir as perdas de plantas por PTSL:
Fazer a aplicação de calcário em pré-plantio, corrigindo-se o pH para 6,5;
Efetuar a poda tardiamente, preferencialmente, próximo à floração;
Fazer adubações e aplicação de calcário de acordo com as necessidades da cultura, baseando-se em análise de solo e foliar.
Nematóide adaga (Xiphinema spp.)
Entre as espécies deste gênero, Xiphinema americanum (grupo americano) é considerado o nematóide de maior importância econômica. O nematóide-adaga reduz o vigor das plantas, agindo, ainda, como vetor de viroses na cultura do pessegueiro. Esses nematóides alimentam-se como ectoparasitas, causando necroses radiculares e dilatações na ponta das raízes finas. Sob alta infestação, é comum a redução na produção e o retardo no crescimento das plantas.
Nematóide-das-lesões (Pratylenchus spp.)
O nematóide-das-lesões pode afetar o estabelecimento, o crescimento e a longevidade do pomar, bem como a produção de frutas. Entre as espécies desse gênero, Pratylenchus penetrans, P. vulnus, P. coffeae e P. brachyurus são consideradas as mais importantes economicamente na produção de frutas e amêndoas. P. penetrans e P. vulnus são as espécies mais danosas ao pessegueiro. Esses patógenos se alimentam como endoparasitas migradores, causando lesões necróticas (escurecimento) nas raízes, em virtude da movimentação intracelular nos tecidos parasitados. No pessegueiro, esses nematóides causam degeneração do sistema radicular, predispondo a planta a infecções causadas por outros microrganismos fitopatogênicos.No Brasil, os nematóides do gênero Pratylenchus e de outras espécies como Helicotylenchus, Tylenchus, Paratylenchus, Trichodorus, Paratrichodorus, Hemicycliophora e Rotylenchus têm sido freqüentemente detectados em pomares de pessegueiro, porém sob baixos níveis populacionais. Pouco se sabe sobre seus danos na cultura do pessegueiro, não tendo sido confirmada patogenicidade, até o presente momento.

OS FUNGOS

Por muito tempo os fungos foram considerados vegetais, mas a partir de 1969, foram classificados em um reino à parte, o Reino. São também conhecidos como bolores, mofos ou cogumelos, estão interferindo constantemente em nossas atividades diárias.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Durante muito tempo, os fungos foram considerados como vegetais e, somente a partir de 1969, passaram a ser classificados em um reino à parte.
Os fungos apresentam um conjunto de características próprias que permitem sua diferenciação das plantas: não sintetizam clorofila, não tem celulose na sue parede celular, exceto alguns fungos aquáticos e não armazenam amido como substância de reserva.
A presença de substâncias quitinosas na parede da maior parte das espécies fúngicas e a sua capacidade de depositar glicogênio os assemelham às células animais.
Os fungos são seres vivos eucarióticos, com um só núcleo, como as leveduras, ou multinucleados, como se observa entre os fungos filamentosos ou bolores.Seu citoplasma contém mitocôndrias e retículo endoplasmático rugoso.
São heterotróficos e nutre-se de matéria orgânica morta - fungos saprofíticos, ou viva—fungos parasitários.
Suas células possuem vida independente e não se reúnem para formar tecidos verdadeiros.
Os componentes principais da parede celular são hexoses e hexoaminas, que formam mananas, ducanas e galactanas. Alguns fungos têm parede rica em quitina (N-acetil glicosamina), outros possuem complexos polissacarídios e proteínas, com predominância de cisteína.
Fungos do gênero Cryptococcus, como o Cryptococcus neoformans apresentam cápsula de natureza polissacarídica, que envolve a parede celular.
Protoplastos de fungos podem ser obtidos peloo tratamento de seus cultivos, em condições hipertônicas, com enzimas de origem bacteriana ou extraídas do caracol Helix pomatia.
Os fungos são ubíquos, encontrando-se no solo, na água, nos vegetais, em animals, no homem e em detritos, em geral. O vento age como importante veiculo de dispersão de seus propágulos e fragmentos de hifa.
ESTRUTURA DOS FUNGOS
Os fungos podem se desenvolver em meios de cultivo especiais formando colônias de dois tipos:
- leveduriformes;
- filamentosas.
As colônias leveduriformes são pastosas ou cremosas, formadas por microrganismos unicelulares que cumprem as funções vegetativas e reprodutivas.
As colônias filamentosas podem ser algodonosas, aveludadas ou pulverulentas; são constituídas fundamentalmente por elementos multicelulares em forma de tubo—as hifas.
As hifas podem ser contínuas ou cenocíticas e tabicadas ou septadas. Possuem hifas septadas os fungos das Divisões Ascomycota, Basidiomycota e Deuteromycota e hifas cenocíticas, os das Divisões Mastigomycota e Zygomycota.
Ao conjunto de hifas, dá-se o nome de micélio. O micélio que se desenvolve no interior do substrato, funcionando também como elemento de sustentação e de absorção de nutrientes, é chamado de micélio vegetativo.O micélio que se projeta na superficie e cresce acima do meio de cultivo é o micélio aéreo. Quando o micélio aéreo se diferencia para sustentar os corpos de frutificação ou propágulos, constitui o micélio reprodutivo.
Os propágulos ou órgãos de disseminação dos fungos são classificados, segundo sua origem, em externos e intemos, sexuados e assexuados. Embora o micélio vegetativo não tenha especificamente funções de reprodução, alguns fragmentos de hifa podem se desprender do micélio vegetativo e cumprir funções de propagação, uma vez que as células fúngicas são autônomas.
Estes elementos são denominados de taloconídios e compreendem os:
- blastoconídios,
- artroconídios
- clamidoconídios.
Os blastoconídios, também denominados gêmulas, são comuns nas leveduras e se derivam por brotamento da célula-mãe. As vezes, os blastoconídios permanecem ligados à célula-mãe, formando cadeias, as pseudo-hifas, cujo conjunto é o pseudomicélio.
Os artroconídios são formados por fragmentação das hifas em segmentos retangulares. São encontratos nos fungos do gênero Geotrichum, em Coccidioides immitis e em dermatófitos.
Os clamidoconídios têm função de resistência, semelhante a dos esporos bacterianos. São células, geralmente arredondadas, de volume aumentado, com paredes duplas e espessas, nas quis se concentra o citoplasma. Sua localização no micélio pode ser apical ou intercalar. Formam-se em condições ambientais adversas, como escassez de nutrientes, de água e temperaturas não favoráveis ao desenvolvimento fúngico.
Entre outras estruturas de resistência devem ser mencionados os esclerócios ou esclerotos, que são corpúsculos duros e parenquimatosos, formados pelo conjunto de hifas e que permanecem em estado de dormência, até o aparecimento de condições adequadas para sua germinação. São encontrados em espécies de fungos das Divisões Ascomycota, Basidiomycota e Deuteromycota.
REPRODUÇÃO DOS FUNGOS
Os fungos se reproduzem em ciclos assexuais, sexuais e parassexuais.
Segundo Alexoupolos, a reprodução assexuada abrange quatro modalidades:
1) fragmentação de artroconídios;
2) fissão de células somáticas;
3) brotamento ou gemulação do blastoconídios-mãe;
4) produção de conídios.
Os conídios representam o modo mais comum de reprodução assexuada; são produzidos pelas transformações do sistema vegetativo do próprie micélio. As células que dão origem aos conídios são denominadas células conidiogênicas.
Os conídios podem ser hialinos ou pigmenntados, geralmente escuros - os feoconídios; apreentar formas diferenteS - esféricos, fusiformes, cilíndricos, piriformes etc; ter parede lisa ou rugosa; serem formados de uma só célula ou terem septos em um ou dois planos; apresentar-se isolados ou agrupados.
As hifas podem produzir ramificações, algumas em plano perpendicular ao micélio, originando os conidióforos, a partir dos quais se formarão os conídios. Normalmente , os conídios se originam no extremo do conidióforo, que pode ser ramificado ou não. Outras vezes, o que não é muito freqüente, nascem em qualquer parte do micélio vegetativo, e neste caso são chamados de conídios sésseis, como no Trichophyton rubrum.
O conidióforo e a célula conidiogênica podem formar estruturas bem diferenciadas, peculiares, o aparelho de frutificação, também denominado de conidiação que permite a identificação de alguns fungos patogênicos.
No aparelho de conidiação tipo aspergilo, os conídios formam cadeias sobre fiálides, estruturas em forma de garrafa, em torno de uma vesícula que é uma dilatação na extremidade do conidióforo.
Conídios de Aspergillus agrupados em forma de cabeça, ao redor de uma vesícula.
Nos penicílios falta a vesícula na extremidade dos conidióforos que se ramificam dando a aparência de pincel.
Como no aspergilo, os conídios formam cadeias que se distribuem sobre as fiálides.
Quando um fungo filamentoso forma coníios de tamanhos diferentes, o maior será designado como macroconídio e o menor microconíidio.
Alguns fungos formam um corpo de frutificação piriforme denominado picnídio, dentro do qual se desenvolvem os conidióforos, com seus conídios—os picnidioconidios (Fig.7). Essa estrutura é encontrada na Pyrenochaeta romeroi, agente de eumicetoma. Corte transversal de um picnídio mostrando conídios.
Os propágulos assexuados internos se originam de esporângios globosos, por um processo de clivagem de seu citoplasma, e são conhecidos como esporoangiosporos ou esporos. Pela ruptura do esporângio, os esporos são liberados.
Reprodução assexuada interna.
Os esporos sexuados se originam da fusão de estruturas diferenciadas com caráter de sexualidade. O núcleo haplóide de uma célula doadora funde-se com o núcleo haplóide de uma célula receptora, formando um zigoto. Posteriormente, por divisão meiótica, originam-se quatro ou oito núcleos haplóides, alguns dos quais se recombinarão, geneticamente.
Reprodução sexuada.
Os esporos sexuados internos são chamados ascosporos e se formam no interior de estruturas em forma de saco, denominadas ascos. Os ascos podem ser simples, como em leveduras dos gêneros Saccharomyces e Hansenula, ou se distribuir em lóculos ou cavidades do micélio, dentro de um estroma, o ascostroma ou ainda ester contidos em corpos de frutificação, os ascocarpos.
Três tipos de ascocarpos são bem conhecidos: cleistotécio, peritécio e apotécio.
O cleistotécio é uma estrutura globosa, fechada, de parede formada por hifas muito unidas, com um número indeterminado de ascos, contendo cada um oito ascosporos.
O peritécio é uma estrutura geralmente piriforme, dentro da qual os ascos nascem de uma camada hemenical e se dispõem em paliçada, exemplo, Leptosphaeria senegalensis, Neotestudina rosatii.
O apotécio é um ascocarpo aberto, em forma de cálice onde se localizam os ascos.

Diferentes tipos de ascos e ascocarpos.
Basidiosporos - os fungos que se reproduzem por ascosporos ou basidiosporos são fungos perfeitos. As formas sexuadas são esporádicas e contribuem, através da recombinação genética, para o aperfeiçoamento da espécie. Em geral, estes fungos produzem também estruturas assexuadas, os conídios que asseguram sue disseminação. Muitos fungos, nos quais não foi até agora reconhecida a forma sexuada de reprodução, são incluídos entre os fungos imperfeitos. Quando é descrita a forma perfeita de um fungo, essa recebe uma outra denominação. Por exemplo, o fungo leveduriforme, Cryptococcus neoformans, em sue fase perfeita é denominado Filobasidiella neoformans.
A fase sexuada dos fungos é denominada te teleomórfica e a fase assexuada de anamórfica.
A maior parte das leveduras se reproduzem assexuadamente por brotamento ou gemulação e por fissão binária. No processo de brotamento, a célula-mãe origina um broto, o blastoconídio que cresce, recebe um núcleo após a divisão do núcleoda célula-mãe. Na fissão binária, a célula-mãe se divide em duas células de tamanhos iguais, de forma semelhante a que ocorre com as. bactérias. No seu ciclo evolutivo, algumas leve auras, como Saccharomyces cerevisiae, podem originar esporos sexuados, ascosporos, depois que duas células experimentam fusão celular e nuclear, seguida de meiose.
O fenômeno de parassexualidade foi demonstrado em Aspergillus. Consiste na fusão de hifas e formação de um heterocarion que contém núcleos haplóides. Às vezes, estes núcleos se fundem e origina núcleos diplóides, heterozigóticos, cujos cromossomas homólogos sofrem recombinação duruante a mitose. Apesar destes recombinantes serem raros, o ciclo parassexual é importante na evolução de alguns fungos. A tabela abaixo apresenta, de forma esquemática, os conceitos mencionados.
METABOLISMO
Os fungos são microrganismos heterotróficos e, em sue maioria, aeróbios obrigatórios. No entanto, certas leveduras fermentadoras, aeróbias facultativas, se desenvolvem em ambientes com pouco oxigênio ou mesmo na ausência deste elemento.
Os fungos podem germinar, ainda que lentamente, em atmosfera de reduzida quantidade de oxigênio. O crescimento vegetativo e a reprodução assexuada ocorrem nessas condições, enquanto a reprodução sexuada se efetua apenas em atmosfera rica em oxigênio.
Em condições aeróbicas, a via da hexose monofosfato é a responsável por 30% da glicó1ise. Sob condições anaeróbicas, a via clássica, usada pela maioria das leveduras, é a de Embden-Meyerhof, que resulta na formação de piruvato.
Algumas leveduras, como o Saccharomyces cerevisiae fazem o processo de fermentação alcoó1ica de grande importancia industrial, na fabricação de bebidas e na panificação.
Os fungos produzem enzimas como lipases, invertases, lactases, proteinases, amilases etc., que hidrolisam o substrato tornando-o assimilável através de mecanismos de transporte ativo e passivo. Alguns substratos podem induzir a formação de enzimas degradativas; há fungos que hidrolisam substâncias orgânicas, como quitina, osso, couro, inclusive materiais plásticos.
Muitas espécies fúngicas podem se desenvolver em meios mínimos, contendo amônia ou nitritos, como fontes de nitrogênio. As substãâncias orgânicas, de preferência, são carboidratos simples como D-glicose e sais minerais como sulfatos e fosfatos.
Oligoelementos como ferro, zinco, manganês, cobre, molibdênio e cálcio são exigidos em pequenas quantidades. No entanto, alguns fungos requerem fatores de crescimento, que não conseguem sintetizar, em especial, vitaminas, como tiamina, biotina, riboflavina, ácido pantotênico etc.
Os fungos, como todos os seres vivos, necessitam de água para o seu desenvolvimento. Alguns são halofílicos, crescendo em ambiente com elevada concentração de sal.
A temperatura de crescimento abrange uma larga faixa, havendo espécies psicrôfilas, mesófilas e termófilas. Os fungos de importância médica, em geral, são mesófilos, apresentando temperatura ótima, entre 20° e 30°C.
Os fungos podem ter morfologia diferente, segundo as condições nutricionais e a temperatura de seu desenvolvimento. O fenômeno de variação morfolôgica mais importante em micologia médica é o dimorfismo, que se expressa por um crescimento micelial entre 22° e 28°C e leveduriforme entre 35°C e 37°C. Em geral, essas formas são reversíveis. A fase micelial (M) ou saprofítica é a forma infectante e está presente no solo, nas plantas etc. A fase leveduriforme (L ou Y) ou parasitaria é encontrada nos tecidos. Este fenômeno é conhecido como dimorfismo fúngico e se observe entre fungos de importância médica, como Histoplasma capsulatum, Blastomyces dermatitidis, Paracoccidioides brasiliensis, Sporothrix schenckii. Na Candida albicans a forma saprofítica infectante é a leveduriforme e a forma parasitária, isolada dos tecidos, é a micelial. Em laboratório, é possível reproduzir o dimorfismo mediante variações de temperatura de incubação, de tensão de O2 e de meios de cultura específicos. Desta forma foi possível classificar como dimórficos, fungos nos quais era conhecida apenas uma das formas, por exemplo, os agentes de cromoblastomicose.
O pleomorfismo nos dermatófitos se expressa através da perda das estruturas de reprodução ou conídios, com variações morfológicas da colônia. Essas estruturas podem ser recuperadas nos retro cultivos, após a inoculação em animais de laboratório ou em meios enriquecidos com terra.
Ainda que o pH mais favorável ao desenvolvimento dos fungos esteja entre 5, 6 e 7, a maioria dos fungos tolera amplas variações de pH. Os fungos filamentosos podem crescer na faixa entre 1,5 e 11, mas as leveduras não toleram pH alcalino. Muitas vezes, a pigmentação dos fungos está relacionada com o pH do substrato. Os meios com pH entre 5 e 6, com elevadas concentrações de açúcar, alta pressão osmótica, taiss como geléias, favorecem o desenvolvimento dos fungos nas porções em contato com o ar.
O crescimento dos fungos é mais lento que o das bactérias e sues culturas precisam, em média, de 7 a 15 dias, ou mais de incubação. Com a finalidade de evitar o desenvolvimento bacteriano, que pode inibir ou se sobrepor ao do fungo, é necessário incorporar aos meios de cultura, antibacterianos de largo espectro, como o cloranfenicol. Também pode-se acrescentar cicloheximida para diminuir o crescimento de fungos saprófitas contaminantes, de cultivos de fungos patogênicos.
Muitas espécies fúngicas exigem luz para seu desenvolvimento; outras são por ela inibidos e outras ainda mostram-se indiferentes a este agente. Em geral, a luz solar direta, devido à radiação ultravioleta, é elemento fungicida.
Por diferentes processos, os fungos podem elaborar vários metabó1itos, como antibióticos, dos quais a penicilina é o mais conhecido e micotoxinas, como aflatoxinas, que Ihes conferem vantagens seletivas.
CLASSIFICAÇÃO DOS FUNGOS
O Reino Fungi é dividido em seis filos ou divisões dos quais quatro são de importância médica: Zygomycota, Ascomycota, Basidiomycota e Deuteromycota.
DIVISÃO ZYGOMYCOTA
Inclui fungos de micélio cenocítico, ainda que septos podem separar estruturas como os esporângios. A reprodução pode ser sexuada, pela formação de zigosporos e assexuada com a produção de esporos, os esporangiosporos, no interior dos esporangios.
Os fungos de interesse médico se encontram nas ordens Mucorales e Entomophthorales.
DIVISÃO ASCOMYCOTA
Agrupa fungos de hifas septadas, sendo o septo incompleto, com os típicos corpos de Woronin. A sua principal característica é o asco, estrutura em forma de saco ou bolsa, no interior do qual são produzidos os ascosporos, esporos sexuados, com forma, número e cor variáveis para cada espécie. Algumas espéeies produzem ascocarpos e ascostromas no interior dos quais se formam os ascos Conídios, propágulos assexuados. são também encontrados.
As espécies patogênicas para o homem se classificam em três classes: Hemiascomycetes, Loculoascomycetes e Plectomycetes.
DIVISÃO BASIDIOMYCOTA
Compreende fungos de hifas septadas, que se caracterizam pela produção de esporos sexuados, os basidiosporos, típicos de cada espécie. Conídios ou propágulos assexuados podem ser encontrados. A espécie patogênica mais importante se enquadra na classe Teliomycetes.
Principais estruturas de Basidiomycota.
DlVISÃO DEUTEROMYCOTA
Engloba fungos de hifas septadas que se multiplicam apenas por conídios e por isso são conhecidos como Fungos Imperfeitos. Os conídios podem ser exógenos ou estar contidos em estruturas como os picnídios. Entre os Deuteromycota se encontra a maior parte dos fungos de importância médica.
Fonte : www.enq.ufsc.br

OS PROTOZOÁRIOS

O Reino Protista agrupa organismos eucariontes, unicelulares, autótrofos e heterótrofos. Neste reino se colocam as algas inferiores: euglenófitas, pirrófitas (dinoflagelados) e crisófitas (diatomáceas), que são Protistas autótrofos (fotossintetizantes). Os protozoários são Protistas heterótrofos.
Eles habitam a água e o solo. Este reino é constituído por cerca de 65.000 espécies conhecidas, das quais 50% são fósseis e o restante ainda vive hoje; destes, aproximadamente 25.000 são de vida livre, 10.000 espécies são parasitos dos mais variados animais e apenas cerca de 30 espécies atingem o homem (TORTORA, 2000).
É uma única célula que, para sobreviver, realiza todas as funções mantenedoras da vida: alimentação, respiração, reprodução, excreção e locomoção. Para cada função existe uma organda própria, como, por exemplo:
Cinetoplasto - provavelmente é uma mitocôndria especializada, sendo muito rico em DNA;
Corpúsculo basal - base de inserção de cilios e flagelos;
Reservatório - supõe-se que seja um local de secreção, excreção e ingestão de macromoléculas, por pinocitose;
Lisossomo - permite a digestão intracelular de partículas;
Aparelho de Golgi - síntese de carboidratos e condensação da secreção protéica;
Reticulo endoplasmático
a) live—síntese de esteroides;
b) granuloso—síntese de proteínas;
Mitocôndria - produção de energia;
Microtúbulos - movimentos celulares (contração e distensão);
Flagelos, cílios, membrana ondulante e pseudopodos: locomoção;
Anônima - eixo do flagelo;
Citóstoma - permite ingestão de partículas
Cada organela é mais ou menos semelhante nas varias espécies, entretanto, ocorrem pequenas diferenças que podem ser observadas ao microscópio óptico ou unicamente ao microscópio eletrônico. Aliás, hoje, a protozoologia só pode ser bem estudada à luz do microscópio eletrônico e da bioquímica e fisiologia celular.
Quanto a sua morfologia, os protozoários apresentam grandes variações, conforme sue fase evolutiva e meio a que estejam adaptados. Podem ser esféricos, ovais ou mesmo alongados. Alguns são revestidos de cílios, outros possuem flagelos, e existem ainda os que não possuem nenhuma organela locomotora especializada. Dependendo da sua atividade fisiológica, algumas espécies possuem fases bem definidas. Assim, temos:
Trofozoíto - É a forma ativa do protozoário, na qual ele se alimenta e se reproduz, por diferentes processos.
Cisto - É a forma de resistência ou inativa. O protozoário secreta uma parede resistente (parede cística) que o protegerá quando estiver em meio impróprio ou em fase de latência. Freqüentemente há divisão nuclear interna durante a formação do cisto.
Gameta - É a forma sexuada, que aparece em algumas espécies. O gameta masculino é o microgameta, e o feminino é o macrogameta.
Reprodução - encontramos os seguintes tipos de reprodução:

Assexuada - divisão binária ou cissiparidade;

Brotamento ou gemulação;

Esquizogonia - é uma fissão múltipla; o núcleo se divide múltiplas vezes antes da célula se dividir. Após a formação de vários núcleos, uma pequena porção do citoplasma se concentra ao redor de cada núcleo e então, uma única célula se separa em células-filhas.

Sexuada - existem dois tipos de reprodução sexuada:

Conjugação - união temporária de dois indivíduos, com troca mútua de materiais nucleares.

Singamia ou fecundação - união de microgameta e macrogameta formando o ovo ou zigoto, o qual pode dividir-se para fornecer um certo número de esporozoítos. O processo de formação de gametas recebe o nome de gametogonia e o processo de formação dos esporozoítos recebe o nome de esporogonia (TORTORA, 2000).
Nutrição - quanto ao tipo de alimentação, os protozoários podem ser:
Holofíticos ou autotróficos - são os que, a partir de grãos ou pigmentos citoplasmáticos (cromatóforos), conseguem sintetizar energia a partir da luz solar (fotossíntese);
Holozóicos ou heterotróficos - ingerem partículas orgânicas, digerem-nas (enzimas) e, posteriormente, expulsam os metabólicos. Essa ingestão se dá por fagocitose (ingestão de partículas sólidas) ou pinocitose (ingestão de partículas líquidas);
Saprozóicos - "absorvem", substancias inorgânicas, já decompostas e dissolvidas em meio líquido;
Mixotróficos - quando são capazes de se alimentar por mais de um dos métodos acima descritos
Digestão
Nas espécies de vida livre há formação de vacúolos digestivos. As partículas alimentares são englobadas por pseudópodos ou penetram por uma abertura pré-existente na membrana, o citóstoma. Já no interior da célula ocorre digestão, e os resíduos sólidos não digeridos são expelidos em qualquer ponto da periferia, por extrusão do vacúolo, ou num ponto determinado da membrana, o citopígio ou citoprocto.

Respiração Pode encontrar dois tipos fundamentais:
Aeróbicos - são os protozoários que vivem em meio rico em oxigênio;
Anaeróbicos - quando vivem em ambientes pobres em oxigênio
Locomoção
A movimentação dos protozoários é feita com auxílio de uma ou associação de duas ou mais das organelas abaixo:
Pseudópodes - são expansões citoplasmáticas transitórias que a célula emite para se locomover e capturar alimentos.
Flagelos - são prolongamentos da cutícula formando filamentos longos. São dotados de movimentos ondulatórios e serpenteados, permitindo o deslocamento da célula e a captura de alimento.
Cilios - tem as mesmas estruturas dos flagelos, diferindo por serem menores e aparentemente em grande número, movimentando-se em conjunto. Seu batimento produz uma corrente que facilita a captura de alimentos e locomoção.
Como os protozoários são um grupo grande e diverso, esquemas atuais de classificação das espécies de protozoários em filos e subfilos são baseados na motilidade, superfície celular, estruturas para alimentação, estrutura nuclear, e até a presença de bactérias simbióticas (TORTORA, 2000).
Seus filos são - Mastigosphora (flagelados), como Trypanossoma, Giardia, Leishmania; Sarcodina, como as amebas; Ciliophora (ciliados), como o Paramecium; Sporozoa, como o Plasmodium, Toxoplasma; Euglenoides, como as euglenas.
Doenças causadas por protozoários
Muitos protozoários causam doenças nos seres humanos. Entre elas, estão a amebíase ou disenteria amebiana, a doença de Chagas, a úlcera de Bauru, a giardíase e a malária.
O homem adquire a amebíase ou disenteria amebiana ao ingerir água ou alimentos contaminados por uma ameba, a Entamoeba histolytica. Esta ameba parasita principalmente o intestino grosso dos seres humanos, onde provoca ulcerações e se alimenta de glóbulos vermelhos do sangue. No intestino, essa ameba se reproduz assexuadamente por cissiparidade e, algumas delas, formam cistos, estruturas que possuem uma membrana resistente e que contêm alguns núcleos celulares. Eliminados com as fezes, os cistos podem contaminar a água e alimentos diversos, como as verduras. Se forem ingeridos, esses cistos se rompem no tubo digestivo, libertando novas amebas, que recomeçam um novo ciclo. As pessoas com amebíase eliminam fezes líquidas, às vezes com sangue e quase sempre acompanhadas de fortes dores abdominais. Para evitar essa doença é necessário ferver a água que se vai beber e lavar muito bem as verduras e frutas, além de cuidados higiênicos, como a lavagem de mãos, principalmente antes das refeições
A doença de Chagas é causada pelo tripanossomo (Trypanosoma cruzi), protozoário que vive no intestino de um percevejo sugador de sangue, conhecido popularmente como barbeiro. Esse percevejo vive em frestas de paredes, chiqueiros e paióis. À noite, saem de seus esconderijos e vão sugar o sangue das pessoas que dormem. Quando alguém é picado pelo percevejo pode contrair a doença da seguinte forma: durante a picada, o barbeiro infestado elimina fezes contendo o tripanossomo. Coçando o local da picada, a pessoa espalha as fezes do barbeiro e introduz o parasita em seu organismo, através do pequeno orifício feito pela picada. Uma vez na corrente sangüínea, o tripanossomo atinge o coração. Ali ele se fixa, podendo causar a morte da vítima. As principais medidas para evitar a doença de Chagas consistem em substituir moradias de barro e de madeira por outras de tijolos, que não tenham frestas onde o barbeiro possa se esconder; e exigir, em transfusões de sangue, a garantia de que o sangue doado não esteja contaminado com tripanossomos.
Doença que ataca a pele e as mucosas dos lábios e do nariz produzindo muitas feridas, a úlcera de Bauru é provocada pela Leishmania brasiliensis, um protozoário parecido com o tripanossomo. Transmitida pela picada do mosquito flebótomo, a doença é conhecida com esse nome, porque foi muito comum na cidade de Bauru, em anos passados.
Provocada pela giárdia (Giardia lamblia), flagelada que parasita o intestino humano, a doença geralmente causa fortes diarréias, podendo levar o doente à desidratação. É transmitida através de água e alimentos contaminados pelo protozoário. Evita-se essa doença com as mesmas medias utilizada contra a amebíase.
A malária é provocada por protozoários do gênero Plasmodium e é transmitida ao homem por meio da picada do mosquito, anófele, ao sugar-lhe o sangue para se alimentar. Durante a picada, o mosquito libera saliva, que contém o protozoário plasmódio. Então o parasita entra no sangue da pessoa e se instala em órgãos diversos, como o fígado e o baço, onde se multiplica. Após um certo período, os parasitas retornam ao sangue e penetram nos glóbulos vermelhos, onde voltam a se multiplicar. Os glóbulos parasitados se rompem liberando novos protozoários que passam a infectar outros glóbulos vermelhos. A malária provoca febre muito alta, que coincide com os períodos em que os parasitas arrebentam os glóbulos vermelhos, liberando toxinas na corrente sangüínea. Se não for combatida pode causar a morte do doente. A pulverização de córregos, lagoas e poças de água parada, com inseticida, são uma das maneiras de combater os mosquitos transmissores da malária. É na água que os mosquitos põem seus ovos para se reproduzirem
A toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. A transmissão se dá por contato com animais domésticos - principalmente gatos - ou por suas fezes. As fezes dos gatos podem conter cistos (formas resistentes) do parasita, que são disseminados por animais, como moscas e baratas. O homem adquire a doença quando ingere diretamente o cisto ou carne mal cozida que o contenha.Os sintomas da doença são, na maioria das vezes, muito semelhantes aos de várias outras doenças: mal-estar, febre, dores de cabeça e musculares, prostração e febre que pode durar semanas ou meses. Após alguns dias há também aumento dos gânglios linfáticos em todo o corpo. Normalmente, a doença evolui de forma benigna e desaparece sem deixar seqüelas no organismo. Às vezes, porém, pode causar lesões oculares, com perda parcial ou quase total da visão. Daí sua gravidade. Em mulheres grávidas, o protozoário pode atingir o feto, provocando-lhe cegueira, deficiência mental e até mesmo a morte.
Trichomonas vaginalis é responsável pela doença chamada tricomoníase, é encontrado na vagina e no trato urinário masculino. Normalmente é transmitido pelo contato sexual, mas também pode ser transmitido em banheiros e por toalhas.
Os protozoários na biotecnologia
Depois das bactérias, os protozoários são os organismos mais numerosos no lodo ativado, quando se tem boas condições de operação do processo. O principal grupo de protozoários encontrados nos lodos ativados são ciliados. Eles normalmente representam aproximadamente 5% do peso seco dos sólidos em suspensão presentes no tanque de aeração. Em ordem decrescente, segundo o Walter Pollution Research Laboratory (W.P.R.L.), as espécies encontradas no processo de lodos ativados são: Aspidisca costata; Vorticella alba; Opercularia coarctata; Trachelophyllum pusillum, Vorticella striata; Vorticella microstoma; Chilodonelha uncinata; Vorticella convallaria; Uronema nigricans; Epistylis plicatilis; Hemiophrys plenrosigma; Aspidisca lynceus e Colpoda
FONTE :(www.saaeg.com.br/celulose.htm).
Experiências desenvolvidas no W.P.R.L. (Inglaterra) permitiram concluir que os protozoários têm uma bem definida e útil participação no processo de lodos ativados. Na ausência de protozoários, um grande número de bactérias que não floculam e conseqüentemente não sedimentam, seguem com o efluente final do processo, porém decresce grandemente quando uma população de protozoários ciliados está presente nos lodos. Pesquisas efetuadas pelo W.P.R.L. também sugerem que a ação predatória por parte dos protozoários é o principal mecanismo pelo qual as bactérias livres são removidas do efluente, enquanto que a indução da floculação pelos protozoários é de importância secundária. Portanto, os protozoários teriam una função importante na clarificação do efluente do processo. Em relação à qualidade do efluente final a identificação de certos tipos de protozoários pode fornecer informações de interesse. Em geral, a presença de protozoários flagelados e de rizópodes indicam que o efluente final não é de boa qualidade. Existem, porém, exceções como, por exemplo, a Arcella, que é um rizópode indicativo de efluentes que sofreram nitrificação e, pois, de boa qualidade. Outro gênero de rizópode, Amoeba, também é muito comum em lodos de sistemas com efluentes de boa qualidade (www.saaeg.com.br/celulose.htm).
Muitas espécies de Vorticella, um ciliado pedunculado, ocorrem em lodos de sistemas eficientes, juntamente com Opercularia. Aspidisca e Lionotus, porém, a presença de Vorticella microstoma no lodo é comumente associada a sistema de baixa eficiência. Aspidisca costata, presente no lodo, indica boa nitrificação do processo, uma vez que se alimenta de bactérias nitrificadoras. Paramecium caudatum, um ciliado característico de lodos de sistemas não muito eficiente, às vezes aparece em lodos de sistemas de alta eficiência, porém, sua concentração oscila intensamente (www.saaeg.com.br/celulose.htm).
A este filo pertencem os protozoários, organismos unicelulares heterotróficos, protistas semelhantes a animais. A designação protozoária (proto = primeiro + zoa = animal) começou a ser usada quando estes seres eram incluídos no Reino Animália.
O fato de serem seres unicelulares não implica simplicidade, pois muitos protozoários apresentam um grau de complexidade elevado, freqüentemente ao das células dos metazoários. Os organitos de muitos protozoários são funcionalmente análogos aos órgãos e/ou sistemas dos animais.
Estes organismos têm dimensões muito variáveis, entre 3 e 700 mm, existindo mais de 50000 espécies descritas, o que excede (em número de indivíduos) o de todos os animais multicelulares. As diferentes espécies têm habitats específicos, mas sempre húmidos, desde água doce, salobra ou salgada, no solo ou em matéria orgânica em decomposição, até ao interior do corpo de outros.
Trata-se de um filo extremamente antigo, como o provam os restos duros de radiolários e foraminíferos em rochas pré-cambrianas. Estima-se que 35% da área do fundo oceânico atual esteja coberta com as pequenas carapaças destes protozoários.
São todos heterotróficos, que caçam e consomem ativamente bactérias, outros protistas e matéria orgânica. Digerem os alimentos intracelularmente, por meio de vacúolos digestivos.
Deslocam-se com a ajuda de flagelos, cílios ou pseudópodes, mas também existem formas imóveis.
Os pseudópodes são estruturas transitórias da membrana celular, expansões que “puxam” o organismo na direção pretendida, desaparecendo em seguida.
Os flagelos são estruturas permanentes, compridas e em número reduzido.
Apresentam uma estrutura interna característica, com fibrilas de tubulina (9 x 2 dispostas em círculo + 2 ao centro). Estas fibrilas formam um bastonete que se origina de um corpo basal, inserido no citoplasma. Uma membrana, contínua com a membrana citoplasmática, envolve todo o conjunto.
Os cílios são muito semelhantes aos flagelos, mas são mais curtos e apresenta-se em maior número na membrana celular, vulgarmente recobrindo-a completamente. O seu funcionamento é sincronizado por filas.
Existem protozoários patogênicos, como os que causam a malária ou a doença do sono, mas a maioria é muito útil, pois decompõem organismos mortos, ajudando a reciclar a matéria e formam um dos degraus mais baixos de muitas cadeias alimentares.
Fazem parte do zooplâncton, inserindo a matéria vegetal nas cadeias alimentares aquáticas. Os que vivem em água doce apresentam vacúolos contrácteis, o que lhes confere capacidade de osmorregulação.
Outros vivem no interior do corpo de animais herbívoros, onde, juntamente com bactérias, ajudam a digerir a celulose.
A divisão deste filo em classes baseia-se, principalmente, no modo de locomoção do organismo.
Todos os organismos desta classe apresentam locomoção por meio de flagelos, compridos e em forma de chicote, daí a anterior designação de zooflagelados.
Estes flagelos ajudam igualmente na captura de alimento e na recepção de estímulos ambientais. As células, geralmente de forma definida (oval, alongada ou esférica), apresentam um único tipo de núcleo e são cobertas por uma película rígida.
Alguns podem apresentar cloroplastos com pigmentos, o que lhes permite sintetizar parte do seu alimento. A reprodução assexuada realiza-se por bipartição, mas podem reproduzir-se sexuadamente.
Alguns são parasitas de animais, onde causam doenças graves. Por vezes, se as condições não são as ideais, formam quistos.
São considerados intimamente aparentados com a classe Rhizopoda, pelo que por vezes são agrupados numa mesma super-classe. Pertencem a esta classe organismos como o Tripanossomo, um parasita do sangue de mamíferos, peixes e répteis, por exemplo.
São considerados como a classe mais primitiva dos protozoários, apresentam locomoção variada, por intermédio de rizópodes (expansões citoplasmáticas muito longas e finas – foraminíferos), axopódios (expansões citoplasmáticas com esqueleto de microtúbulos – radiolários) e pseudópodes (expansões citoplasmáticas espessas e curtas, cuja função também inclui a captura de alimento – amibas).
O citoplasma geralmente apresenta poucos, e pouco diferenciados, organitos. Alguns apresentam um esqueleto interno ou carapaça, de calcário (foraminíferos) ou de sílica (radiolários). Reproduz-se assexuadamente por bipartição, embora o possam fazer sexuadamente.
Existem gêneros parasitas, que vivem no intestino de insetos e de tetrápodes, incluindo o Homem, onde causam várias doenças (desinteria amibiana, por exemplo).
Como o seu nome indica, inclui-se nesta classe o organismo cuja locomoção se realiza por intermédio de cílios, que servem igualmente para a captura de alimento. O movimento realizado com os cílios provoca uma rotação em espiral da célula, ao mesmo tempo em que se desloca para frente. Cada espécie, das 6000 conhecidas, apresenta uma forma constante característica.
A esta classe pertencem os protozoários mais complexos e especializados, considerados o mais evoluído do reino Protesta. Apresentam diferenciação nuclear, com um macronúcleo vegetativo e um micronúcleo reprodutor. A reprodução assexuada realiza-se por bipartição e a sexuada por conjugação.
Por razões até agora desconhecidas, organismos deste grupo estão entre as poucas excepções à universalidade do código genético, pois apresentam cordões com significados diferentes do esperado. Um exemplo destes organismos é a paramécia.
Nesta classe encontram-se os protozoários que não apresentam organelos de locomoção, pois são todos parasitas. A sua estrutura é muito simples, com células arredondadas ou alongadas.
Não apresentam nunca vacúolos contrácteis. O alimento é absorvido diretamente do corpo do organismo hospedeiro. O seu ciclo de vida pode apresentar mais do que um hospedeiro. Formam, assexuadamente, "esporos" resistentes.
Trata-se, com certeza, dos organismos parasitas mais largamente difundidos, atacando todos os grupos de animais conhecidos. O Plasmodium, causador da malária, pertence a esta classe.
ALGAS UNICELULARES
Em todos os corpos de água existe uma imensidão de organismos unicelulares fotossintetizantes ou heterotróficos, cujo conjunto se designa plâncton (gr = errante).Estes organismos podem apresentar uma aparência simples ou intrincada e delicada, ser solitários ou coloniais.
O fitoplâncton inclui os organismos fotossintetizantes e é fundamental para as cadeias alimentares aquáticas, tanto pela sua abundância como pela sua função de produtores. Pertencem, precisamente, a este grupo as chamadas algas unicelulares cuja descrição segue.
As algas crisófitas são, na maior parte unicelular e abundante em meios marinha e de águas continental. Fazem parte desta divisão as algas douradas, as diatomáceas e as xantofíceas, todas parte fundamental do fitoplâncton e base das cadeias alimentares aquáticas.
Possuem clorofilas a e c, cuja tonalidade verde é mascarada pela abundância de um pigmento acessório carotenóide de cor castanha-dourada, a fucoxantina. Por este motivo, os cloroplastos destas algas são muito semelhantes aos das algas castanhas. Como reserva utilizam a crisolaminarina, uma forma mais polimerizada da laminarina, outra semelhança com as algas castanhas.
As algas douradas (cerce de 500 espécies conhecidas) geralmente não apresentam parede celular, mas podem ter estruturas de sustentação muito elaborada e impregnada em sílica.
A grande maioria apresenta flagelos mas algumas deslocam-se com a ajuda de pseudópodes e fagocitam bactérias, o que as torna muito semelhantes aos rizópodes, de que parecem ser aparentadas. A única forma de os diferenciar consiste na presença de cloroplastos nestas algas.
As diatomáceas formam a principal componente do fitoplâncton marinho, considerando-se que existem mais de 5600 espécies vivas, o que adicionado ao número de espécies extintas coloca as espécies descritas em mais de 40000. As diatomáceas tornaram-se abundantes no registro fóssil durante o Cretácico e muito dos fósseis são idênticos a formas atuais, numa persistência ao longo do tempo incomum em Biologia.
O que mais distingue as diatomáceas das restantes crisófitas é a ausência de flagelos (exceto em gametas masculinos) e a parede celular dividida em duas valvas impregnada de sílica. As duas metades encaixam uma na outra como as metades de uma caixa de Petri. Esta parede é, no entanto, coberta de poros que permitem o contacto do protoplasto com o exterior.
Os chamados dinoflagelados são, na sua maior parte, algas unicelulares biflageladas. Existem mais de 2100 espécies, muitas delas extremamente abundantes e produtivas em nível do fitoplâncton marinho.
Os flagelos dos dinoflagelados estão localizados no interior de dois sulcos: um rodeia a célula como uma cintura, enquanto outro é perpendicular ao primeiro. Por esse motivo, o seu batimento provoca um movimento circular da célula, como o de um pião. No entanto, existem espécies imóveis (sem flagelos).
A aparência destas algas é geralmente estranha, pois as suas placas celulósicas rijas - teca - dão-lhes um aspecto de armadura antiga. No entanto, estas placas não estão no exterior como noutras algas, mas em vesículas dentro da membrana plasmática.
Quase todos os dinoflagelados apresentam clorofilas a e c, geralmente mascaradas por carotenóides como a peridinina, semelhante à fucoxantina. Pensa-se que os cloroplastos resultam de algas crisófitas, ou outras algas, ingeridas pelo dinoflagelado e que conseguiram estabelecer uma simbiose estável. O glícido de reserva é o amido.
Os chamados dinoflagelados são, na sua maior parte, algas unicelulares biflageladas. Existem mais de 2100 espécies, muitas delas extremamente abundantes e produtivas em nível do fitoplâncton marinho.
Os flagelos dos dinoflagelados estão localizados no interior de dois sulcos: um rodeia a célula como uma cintura, enquanto outro é perpendicular ao primeiro. Por esse motivo, o seu batimento provoca um movimento circular da célula, como o de um pião. No entanto, existem espécies imóveis (sem flagelos).
A aparência destas algas é geralmente estranha, pois as suas placas celulósicas rijas - teca - dão-lhes um aspecto de armadura antiga. No entanto, estas placas não estão no exterior como noutras algas, mas em vesículas dentro da membrana plasmática.
Quase todos os dinoflagelados apresentam clorofilas a e c, geralmente mascaradas por carotenóides como a peridinina, semelhante A fucoxantina. Pensa-se que os cloroplastos resultam de algas crisófitas, ou outras algas, ingeridas pelo dinoflagelado e que conseguiram estabelecer uma simbiose estável. O glícido de reserva é o amido.
As Algas
Constituindo um grupo bastante heterogêneo, as algas podem ser unicelulares ou pluricelulares, microscópicas ou macroscópicas e de coloração bastante variável. São encontrados em bários tipos de ambientes: ocorrem em lagos, rios, solos úmidos, casca de árvores e principalmente nos oceanos. Daí o nome alga, palavra que vem do latim e significa "planta marinha".
Nos ecossistemas aquáticos elas são os principais organismos fotossintetizantes e constituem a base nutritiva que garante a manutenção de praticamente todas as cadeias alimentares desses ambientes. Assim, as algas, organismos clorofilados, são os mais importantes componentes do fitoplâncton (contigente de organismos flutuantes de natureza vegetal). As algas, principalmente as marinhas, são também responsável pela maior parte do gás oxigênio liberado diariamente na biosfera. As euglenófitas
A maioria vive em água doce. Como exemplo de euglenofícea, pode-se citar a Euglena viridis, que é dotada de um flagelo frontal e se reproduz por cissiparidade. Quando sua reprodução é intensa, a água pode exibir coloração esverdeada.
As crisofíceas (algas douradas)
São representadas principalmente pelas diatomáceas, algas unicelulares portadoras de uma carapaça silicosa denominada frústula. Os restos da parede celular das diatomáceas, rica em sílica, depositam-se no fundo dos mares e, com o tempo, formam um material denominado terra de diatomácea ou diatomito, que é explorado comercialmente.
Esse material pode ter várias aplicações: como isolante térmico; como um abrasivo fino que permite o polimento de materiais diversos (a prata, por exemplo); na confecção de cosméticos e pastas dentifrícias; na fabricação de filtros e de tijolos para a construção de casas. As diatomáceas são encontradas principalmente nos mares e podem sereproduzir por cissiparidade e por conjugação.
As pirrofíceas (dinoflagelados)
São algas unicelulares, geralmente marinhas e dotadas de dois flagelos desiguais. Assim como as diatomáceas, as pirrofíceas constituem importantes componentes de fitoplâncton.Têm coloração geralmente esverdeada ou pardacenta e se reproduzem principalmente por cissiparidade.
Clorófitas (algas verdes) - As clorófitas tanto podem possuir estrutura unicelular como multicelular. Os talos das clorófitas multicelulares apresentam uma organização relativamente complexa. Possuem os pigmentos clorofila a e b, carotenos e xantofilas, a parede celular é constituída por celulose e o amido e sua substância de reserva.
Feófitas (algas pardas) - as algas pardas caracterizam-se pela estrutura exclusivamente multicelular. As dimensões de seus talos podem variar de poucos centímetros até dezenas de metros. Assim como as clorófitas, algumas feófitas também podem apresentar um talo de organização mais complexa que as outras. Possuem os pigmentos clorofila a e c, carotenos e fucoxantina. A parede celular apresenta celulose e algina, e os óleos e a laminarina são as duas substâncias de reserva. Rodófitas (algas vermelhas) - Estas algas são predominantemente multicelulares e também podem atingir dimensões consideráveis. É comum o seu talo apresentar diversas ramificações, sendo que a sua base é diferenciada e presa a algum substrato por estruturas de fixação. Possuem os pigmentos clorofila a e d, ficocianina e ficoeritrina, celulose e hidrocolóides na composição da parede celular, e amidodas florídeas, como substância reserva.
As algas e o homem - Além da contribuição no que se refere à renovação do oxigênio atmosférico, sustentar a vida aquática e a formação de nuvens e chuvas, as algas são úteis ao homem de diversas outras maneiras. A alga pode ser utilizada em pesquisas científica e empregada como excelentes meios de cultura, fertilizantes devido ao seu elevado teor nutritivo ou como ração para animais, fornecem interessantes matérias-primas empregadas pelo homem.
Além disso, as algas podem também ser responsáveis por alguns efeitos ambientais deletérios, como o fenômeno da floração das águas. Em condições favoráveis de crescimento, certas algas podem apresentar uma explosão populacional, tornando os reservatórios de abastecimento de água potável ou as lagoas pra o uso do gado temporariamente inutilizável. Este fenômeno costuma provocar a formação de uma camada de algas na superfície da água, dificultando a sua oxigenação a partir da atmosfera. É comum se observar grande mortandade de peixes que vêm à superfície tentando respirar, pois as algas, durante a noite, competem com eles pelo oxigênio. Quando as algas começam a morrer, passam a sofrer decomposição bacteriana, o que provoca um mau cheiro característico.
Outro fenômeno nocivo é o da maré vermelha causado por algas pirrófitas, como a Gonyaulax catanella e Gymnodium veneficum. Este fenômeno ocorre principalmente em épocas de reprodução das algas que liberam na água toxinas potentíssimas que acabam causando verdadeiras mortandades de peixes e outros animais marinhos. As algas também podem causar prejuízos em usinas hidrelétricas, pois formam depósitos e incrustações nas hélices das turbinas, o que as inviabiliza.


segunda-feira, 14 de abril de 2008

EVOLUÇÃO

A evolução e o principio da Selecao natural
Das sete maiores descobertas científicas, três destacam-se por mudar completamente nossos conceitos fundamentais sobre a vida e o universo.:
1) A gravidade e a física do universo; 2) O Big- Bang; 3 E a teoria da evolução de Darwin.
A evolução está longe de ser uma teoria - é um princípio além do questionamento e do debate. Não obstante, com seu programa destrutivo e irracional, os criacionistas do século XX, saídos diretamente da Idade das Trevas, esforçaram-se oara colocar a emoção antes da razão e fazer da evoluçao uma questão discutível. A verdade é qeu todas as formas de vid atêm um ancestral em comum e, mediante um processo que "seleciona" naturalmente as características importantes para a sobrevivência, cada espécie, inclusive a humana, gradualmente se adapta ao seu meio em mudança.
Nos 140 anos desde que Darwin escreveu A origem das espécies, avançcamos extraordinariamente na compreensão de como a evolução funciona, incluindo-se descobertas, no sévulo XX, de fósseis de predecessores do Homo sapiens e dos mecannismos precisos da evolução revelados na célula e no DNA, que examinaremos a seguir. Além disso, várias descobertas inesperadas em outras áreas vieram completar o quadro. Por exemplo, a placa tectônica na mudança das condições ambientais, o que, por sua vez, põe em ação a seleção natural.
A descoberta de Charles Darwin equivale à de Newton em importância, e assemelha-se a esta porque os dois cientistas desenvolveram suas proposições apoiando-se pouquíssimo em seus predecessores. A obra de ambos foi em grande medida individual, incrivelmente original e abrangente. Darwin já foi chamado " Newton da biologia" , pois Newton abriu a porta para nossa compreensão do universo, e Darwin, para nossa compreensão da vida.

DNA

A Estrutura da molécula de DNA

Identificação dos ácidos nucléicos e da molécula certa inaugura a genética molecular
Em 1869, o bioquímico suíço Friedtich Mieschner aventou pela primeira vez que todos os núcleos celulares provavelmente possuíram uma química especifica. Em anos subseqüentes, ele descobriu varias substâncias do núcleo, as quais separou em proteínas e moléculas ácidas – daí o termo “ácido nucléicos”.
Um químico natural da Rússia, Phoebus A. T. Levene, também foi um pioneiro no estudo de ácidos nucléicos. Em 1909, Levene identificou corretamente a ribose como açúcar de um dos dois tipos de acido nucléico, o acido ribonucléico, e certos componentes do outro acido nucléico, o acido desoxirribonucléico. Ele e muitos de seus colegas estavam convencidos de que, com ácidos nucléicos e proteínas no núcleo, as complexas e abundantes moléculas de proteínas armazenavam todas as informações genéticas nos cromossomos. A teoria do Levene sobre o propósito do DNA – meramente manter unidas as moléculas de proteína – revelou-se incorreta.
O trabalho que levou à correção dessa suposição equivocada teve início em 1928 com bacteriologista inglês Fredrick Griffith.
Outro bacteriologista, Oswald T. Avery, juntamente com seus colegas, percebeu a importância do trabalho de Griffith e passou dez anos tentando identificar o agente que era a essência da transformação genética na bactéria. Finalmente, em 1944 Avery e seus colaboradores publicaram os resultados de suas extensas pesquisas, os quais mostraram claramente que era DNA, e não a proteína ou RNA, que permitia o transporte das informações hereditárias. Esse trabalho inaugurou a ciência da genética molecular.
Bioquímico natural da Áusrtia Erwin Chargaff determinou as proporções dos quatro compostos presentes no DNA : adenina (A), citosina (C), guanina (G) e timina (T). Em 1950, ele determinou as quantidades proporcionais exatas das bases de DNA em cada molécula : guanina citosina e adenina igual a timina. Portanto, a quantidade de guanina e adenina combinadas é igual à citosina e timina combinadas. Alfred D. Hershey ,na década de 1940 e no início da década seguinte, corroborou a conclusão do grupo de Avery de que o DNA, e não a proteína, é o material genético. Os ácidos nucléicos apresentam-se em dois tipos : DNA (ácido desoxirribonucléico) e RNA (ácido ribonucléico). As bases são as mesmas em ambas as moléculas, com exceção do uracil, que substitui a timina no RNA.

Descoberta da hélice dupla de DNA
Foi descoberta a hélice dupla de DNA pelos Crick e Watson. As duas cadeias helicoidais antiparalelas, com a “coluna vertebral” de açúcar e fosfato na parte externa e as bases (adenina, timina, guanina e citosina) no interior. Devido aos ângulos em que as substâncias químicas do DNA se ligam umas às outras, todas as moléculas de DNA consistem em duas faixas paralelas espiraladas, como corrimão de uma escada em espiral – daí o nome que imediatamente se celebrizou com a descoberta de Crick-Watson: a hélice dupla.
Compreendendo o DNA
As proteínas compõem-se unicamente de aminoácidos. Os aminoácidos organizam-se ao redor das quatro ligações do átomo de carbono. Ou seja, o carbono tem valência 4, o que significa que ele possui quatro elétrons sem par na casca externa, e isso lhe permite fazer essas ligações e o torna o atoma e o elemento químico mas importante da biologia. Embora existem apenas vinte variedades de aminoácidos, longas repetições de seqüências múltiplas permitem dezenas de milhares de combinações de aminoácidos para formar uma grande variedade de proteínas. De fato, existem cerca de 50 mil tipos de diferentes de proteínas em nosso corpo. Os mesmos vinte aminoácidos em 50 mil combinações diferentes estão ligados aos outros em longas cadeias dobradas sobre si mesma.
As proteínas não são simplesmente substâncias benéficas que obtemos da carne de outros alimentos. São moléculas complexas que apresentam um conjunto extraordinário de propriedade e funções, e sendo componentes de elementos estruturais como o colágeno, hormônios, transportadores de oxigênio e anticorpos, além de serem enzimas essenciais e catalisadoras na própria molécula de DNA.
O gene é uma região do DNA que controla uma característica hereditária especifica, como cor do cabelo, altura, forma de nariz e milhares de outros traços. A seqüência especifica das bases que compõe o gene geralmente corresponde a uma única proteína ou RNA complementares.
No DNA, o comprimento de cada filamento é 600 mil vezes maior do que a largura. Quando célula, núcleo e cromossomo dividem-se, cada filamento serve de gabarito para a formação de um novo filamento correspondente em cada um das novas células graças à estrutura e ao emparelhamento das bases descobertos por Crick e Watson.
Isso explica a segunda característica fundamental do DNA, aquela que geralmente associamos à hélice dupla : a capacidade de replicar-se. Em outras palavras, quando o DNA duplica-se no interior de cada célula que está sofrendo uma divisão celular , sua capacidade de controlar as funções das células e do corpo dirigindo a produção de proteínas também se duplica.
Isso leva nos de volta à principal função do DNA : produzir proteínas. Como os precisos genes evoluíram de modo a ficar protegidos no núcleo da célula, é necessário que se produzam copias ativas dos genes que possa sair do núcleo e dirigir a produção de proteínas em outras partes da célula. Assim é preciso uma espécie de “projeto” do gene. Esse projeto é feito pelo outro acido nucléico, o RNA, que se compõe de A, C, G e uracil em vez de timina. A RNA-polimerase é a enzima especifica capaz de dividir o DNA no meio dos “degraus”. Em outras palavras, ela “abre o zíper” das bases bem no meio – em suas ligações de hidrogênio – e transforma a hélice dupla em duas hélices simples com “meios degraus” expostos, rompendo as ligações entre os dois filamentos que unem A com T e C com G.
Como os aminoácidos têm de unir-se lado a lado para formar proteínas, as seqüências desses códons de três letras ao longo dos filamentos de DNA determinam as proteínas que são exclusivas a cada um de nós. * Uma ou mais seqüências especificas de três beses representadas por três letras resultam na criação de cada um dos vinte aminoácidos.
* Os aminoácidos combinam-se em uma ordem especifica para formar os 50 mil tipos de proteínas do corpo humano. Cada uma dessas combinações de códons é um gene.
* Todos os 100 mil genes humanos estão configurados nos 46 cromossomos humanos que se localizam em cada núcleo de cada célula. Eles se enovelam nessa forma reconhecível durante a divisão celular.
Ao formar esses códigos, a RNA-polimerase desloca-se ao longo da molécula de DNA, abrindo-a como um zíper e permitindo que as moléculas se RNA que se encontram soltas no núcleo juntem-se e se emparelhem ao longo dos agora expostos pontos onde estão A, C, G e T dos filamentos originais de DNA. De fato, o RNA forma uma transcrição exato do DNA. Essa copia denomina-se RNA mensageiro.
Quando RNA-polimerase chega ao “sinal de parada” que existe na extremidade de cada gene, desprende-se juntamente com o recém-produzido RNA mensageiro, o qual sai do núcleo e segue para um dos muitos ribossomos na célula.o ribossomo lê a mensagem do RNA e, de acorda com a seqüência especifica de bases no códon, ele reúne uma serie de aminoácidos provenientes das reservas que flutuam soltas pela célula. Essa ação cria, da “estaca zero”, uma proteína especifica “escrita” na linguagem codificada originalmente pela seqüência de bases de três letras existente no DNA que permaneceu no núcleo da célula. Cada uma dessas novas proteínas reflete uma pequena porção dos longos filamentos de DNA que contêm todos os códigos de três letras para as milhares de proteínas diferentes.
Do mesmo modo como a RNA-polimerase se deslocou ao longo dos pares de bases G-C e A-T exposto do DNA para criar o RNA mensageiro, o ribossomo desloca-se ao longo do RNA mensageiro para criar uma proteína. Passo a passo, cada proteína vital formada em nosso corpo é produzida dessa maneira. Neste exato momento, milhares de ribossomos em cada célula de seu corpo estão efetuando milhões de reações que estão fazendo os aminoácidos relacionados uniram-se formando cerca de 2 mil novas moléculas de proteína a cada segundo. Cada proteína, ao sair do ribossomo e emergir da célula, apresenta uma forma especifica dobrada e retorcida, determinada pela ligação química dos aminoácidos dos quais ela é feita. Essa forma e composição química dos aminoácidos dos quais ela é feita. Essa forma e composição química permitem aos 50 mil tipos diferentes de proteínas executar sua funções especificas no corpo.
Como os ácidos nucléicos dirigem a produção de proteínas e a seqüência de proteínas é única em cada pessoa, é o DNA que, em ultima analise, controla todas as características hereditárias.
As seqüências codificadoras que causam a formação de pêlos em um camundongo são semelhantes, mas não idênticas, às seqüências formadoras de cabelos em uma cabeça humana. Analogamente, as seqüências codificadoras que fazem com que os cabelos se formem em duas cabeças humanas têm mais semelhança entre si do que com as seqüências formadoras dos pêlos do camundongo, porém não são idênticas. Essa é chave para compreender o material hereditário e a função do DNA, e a razão de os biólogos moleculares referirem-se à frase “DNA produz RNA, que produz proteinas” como o “dogma central”
A descoberta de Crick e Watson foi o ponto culminante de oitenta anos de pesquisas realizadas por numerosos cientistas.
O Conhecimento da estrutura leva a leitura do código
O trabalho de Crick e Watson permitiu que de imediato se percebesse a possibilidade de ler e interpretar o plano genético de qualquer organismo incluindo seres humanos. Quando as pesquisas do bioquímico Fredrick Sanger nos permitiram iniciar o sequenciamento do RNA, na década de 1960, tornou-se teoricamente possível entender toda a enorme quantidade de informações contidas no DNA, e não apenas exemplos isolados. Isso levou a um interessemos realmente conhecer a relação entre cada gene e cada características física, inclusive doenças de case genética. Em 1975, Walter Gilbert foi o primeiro a aplicar um tratamento químico especifico ao DNA para dividi-lo em fragmentos e reconhecer a utilidade que isso poderia ter na leitura do texto. Por meio novo método, Sanger tornou teoricamente possível determinar todo o “texto” que governa a hereditariedade de qualquer organismo vivo, inclusive o humano.
Começa o projeto genoma
* Dezembro de 1989 : cientistas do MIT descobrem um gene que acreditam ser crucial para o desenvolvimento das defesas imunológicas humanas, denominado gene “RAG-1”. A descoberta lança uma nova luz sobre as complexidades do sistema imunológico, o qual é vital para todos os aspectos da saúde e do desenvolvimento humano.
* Agosto de 1991 : um esforço de pesquisa conjunto de cientista da Faculdade de Medicina Johns Hopkins, do Instituto do Câncer de Tóquio e da Universidade de Utah identifica o gene que origina o câncer do cólon. Esse gene é denominado APC. Essa descoberta permitirá aos médicos detectar um tumor no cólon no estágio mais incipiente possível.
* Março de 1993 : pesquisadores anunciaram que a doença de Huntington resulta de inexplicadas “gagueiras genéticas”, expansões no tamanho de um gene especifico no cromossomo 4, que acrescentam filamentos extras do aminoácido glutamina à proteína que o gene normalmente codifica.
*Agosto de 1993 : pesquisadores do Centro Medico da Universidade de Duke anunciam que as pessoas nascidas com uma variante de um gene chamado APOe têm maior propensão a desenvolver o mal de Alzheimer por volta dos setenta anos de idade do que as pessoas que apresentam outras versões do mesmo gene.
* Junho de 1995 : uma equipe da Universidade de Toronto anuncia que um gene do cromossomo 14 é responsável por até 80% dos casos familiares do mal de Alzheimer.
* Agosto de 1995 : pesquisadores do Centro de Ciência da Saúde da Universidade de Texas informam que o gene BRCA1 tem um papel fundamental no câncer de mama.
*Dezembro de 1995 : cientistas britânicos anunciam a descoberta de um segundo gene associado ao câncer de mama, o BRCA2.
*Fevereiro de 1996 : cientistas identificam o gene que codifica uma variedade de proteínas da superfície celular que se deslocam para o cérebro e ajudam a regular o peso corporal; lançam hipótese de que a obesidade resulta de mutação nesse gene receptor.
* Marco de 1996 : pesquisadores da Universidade de Ciências da Saúde do Oregon informam que células sadias do fígado transplantadas para fígados doentes produzem a enzima FAH, ausente nesses organismos doentes. É uma nova esperança para a terapia genética direcionada para o fígado, que poderá reduzir a necessidade de transplantes desse órgão.
* Março de 1996 : pesquisadores de cinco grandes centros médicos anunciam ter encontrado um gene que aumenta o risco de doença renal e outros distúrbios associados ao lúpus. A versão defeituosa desse gene codifica uma proteína que é menos eficiente em sua função imunológica do que uma versão normal do gene.
* Abril de 1996 : biólogos moleculares anunciam ter encontrado o gene humano causador dos sintomas de envelhecimento e modificar a participação desse no surgimento de doenças cardíacas, câncer e osteoropose.
Periodicamente, pesquisadores do Projeto Genoma publicam um “mapa” do genoma humano. Eles identificaram a localização física de mais de 15 mil dos 30 mil “marcos” ao longo dos filamentos de material de DNA que formam nossos cromossomos.
O projeto gera esperanças, medo e controvérsia
O projeto genoma originalmente foi concebido e continua a ser motivado principalmente pela esperança de curar ou reduzir essas doenças. Mas o projeto humano não deixa de enfrentar oposição.
O código genético hoje é compreendido a tal ponto que remodelar o genoma humano e dirigir suas instruções é algo exeqüível no futuro próximo. Muitas pessoas vêem um grande potencial na aplicação desse conhecimento à cura de doenças e à melhora da condição humana, enquanto outroas opõem-se violentamente a essa engenharia e terapia genética com argumentos éticos e científicos. De fato, em outubro de 1993 Robert Stillmas, especialista em fecundidade do Centro Medico da Universidade George Washington, clonou briões humanos usando métodos que são comuns na reprodução controlada de gado e outros animais. Esse foi um experimento de laboratório, e não foi realizado com uma gravidez, mas de fato indicou a possibilidade de gêmeos idênticos serem formidáveis questões éticas e legais.

Fonte : http://www.ime.usp.br